terça-feira, outubro 28, 2008

Jornalismo mercenário

Após ler um post da blogueira Sílvia, veio à tona algo que contribuiu o meu abandono pelo jornalismo.
É muito vergonhoso ver que o bom jornalismo é interpretado como aquele que sai esbravejando denúncias, escândalos e violência. É só conferir quais reportagens faturaram os prêmios na imprensa.
Antigamente dizia-se que o jornalista era o burocrata de informação. Hoje, ele é pior do que isso. É o mercenário que lucra e ganha fama às custas da desgraça alheia. "O repórter fulano de tal, da emissora X ganhou o troféu Y pela cobertura do desastre aéreo". Se não houvesse a tal tragédia, será que o cara ia ficar entre os finalistas com uma matéria científica?
Gritar é fácil, todo mundo faz. Quero ver alguém na imprensa pensar, refletir e apontar uma solução ou idéia para um fato que interfere no cotidiano da sociedade. Mas aí os "colegas" se defendem dizendo que jornalista tem que ser imparcial, não pode opinar. Tá bom. Mostrar um corpo alvejado não é nada imparcial. Sem contar nas informações mal apuradas e das fontes de credibilidade questionável, que circulam nos veículos formadores de opinião.
Mas ainda bem que existe matéria de serviço, à arroz-com-feijão das redações, que, na minha opinião, acrescenta algo útil nas pessoas. Pena que é tão menosprezada a ponto de virar material calhau em certas redações.