segunda-feira, junho 15, 2009

Eterno assunto da mesa

Ter um hábito alimentar diferente das outras pessoas é virar assunto da mesa. Quem passa por isso sabe o quê estou falando.
Desde o cinco anos de idade que não como carne de vaca e de porco porque odeio ambas. Não tem nada a ver com crença, estilo de vida, saúde, politicamente correto ou coisa do gênero. E de seis anos pra cá, deixei de comer frango porque passei a ter nojo, pois lí muito sobre as rações anabolizadas para engordarem mais rápido as aves. A única carne que ingiro, e gosto MUITO, é peixe e seus parentes (frutos do mar).
Apesar dessas restrições alimentares, não faço campanha, não condeno quem come e nem deixo de frequentar churrascaria, que por sinal oferece muita opção para quem não gosta de carnes vermelhas. Aliás, nem campanha contra o cigarro eu faço! E olha que nem fumo! Mas isso é assunto para outro post.
Fico indignada, sem entender mesmo, como as pessoas se incomodam com meu hábito alimentar, que não prejudica ninguém. E se existe alguém "prejudicado", sou eu.
Se eu soubesse das consequências disso eu teria mentido lá atrás. Teria dito "não obrigada, hoje meu estômago não está digerindo muito bem carne", "estou sem fome", "já comi".
Outro dia, estava num churrasco na casa de um parente de um conhecido de um amigo meu e a anfitriã percebeu que eu só beliscava os queijos e o pão com vinagrete, então, ela me perguntou o que eu comia. Respondi que comia de tudo, exceto carnes vermelhas e frango. Outra senhora comentou com as demais "ela é vegetariana!".
Socorro! As criaturas do mar não nascem em árvores! Gritei em meus pensamentos.
Conclusão, virei assunto da mesa. Choveu críticas contra e a favor ao consumo da carne vermelha. Até religião foi citada. E eu na minha mandando ver nos petiscos.
Enquanto isso, a simpática anfitriã foi à cozinha e voltou trazendo um rondeli de queijo m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o, cujo aroma invadiu o ambiente e na hora calou a boca de todo mundo, que ficou babando e "secando" meu prato. É claro, a mulher acabou tendo de oferecer a massa para os demais, que quase devoraram tudo.