Poder e bebida

Se você quer conhecer de fato o caráter do ser humano é só dar um pouco de poder ou bebida alcóolica. E são nas festas de fim de ano das empresas que você conhece de fato quem é quem.
Gente pegajosa que quer dar conselho sem você ter pedido, as peçonhentas que ficam te envenando pelas costas o ano inteiro, mas que na festa vem te cobrir de elogios (vai pro Butantã porra!), os babões que acham que com umas pingas a mais na cabeça se acham no direito de te arrastar no salão pra dançar, subordinada com brincadeirinha de mão com o chefe, etc. E a baixaria é de cima pra baixo. Depois as pessoas reclamam que a chefia não respeita ninguém e que o chefe não dá exemplo. Chefe não é amigo.
Eu sofro da síndrome da vergonha alheia, então, a cada minuto que passava eu ia me envergonhando com o que acontecia ao redor e me decepcionando com os seres humanos.
Mas o pior é o dia seguinte. Não refiro a ressaca. Cada um falando mal do comportamento do outro, da fulana que chorou e vomitou no banheiro, do sicrano que desmaiou e perdeu a chave do carro, e dos "pegas" entre os colegas. Bando de hipócritas!